quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Oito em cada cem mulheres finge orgasmos


Homens não se apercebem. Nem identificam dor ou desconforto femininos

A maioria das mulheres portuguesas sofre ou já sofreu um problema de disfunção sexual e oito em cada cem finge o orgasmo sem que o parceiro se perceba, revela um estudo da Sociedade Portuguesa de Andrologia.

De acordo com o estudo sobre a «Epidemiologia das disfunções sexuais em Portugal», apresentado hoje em Lisboa, o que os homens pensam sobre a sexualidade das mulheres é diferente daquilo que elas pensam nesta matéria.

«Os homens acham que as mulheres têm mais diminuição do desejo e da excitação sexual do que elas referem», mas minimizam a presença das dificuldades do orgasmo e da dor ou desconforto durante a relação.

Os homens identificaram uma prevalência do desejo hipoactivo (falta de desejo sexual) de 42 por cento nas mulheres, quando estas ficam-se pelos 35 por cento. Por outro lado, eles acham que a prevalência da diminuição da excitação/lubrificação é de 36 por cento nas mulheres, enquanto estas referem 32 por cento.

Em matéria de orgasmo, eles acham que 24 por cento têm dificuldades em atingir o ponto mais alto da excitação, quando esse número é mais elevado na interpretação das mulheres: 32 por cento. Esta discrepância identifica oito por cento de casos de orgasmos simulados que os homens não identificam.

Os valores também são diferentes na prevalência de dor ou desconforto durante a relação, com eles a identificarem 23 por cento contra 34 por cento efectivamente sentidos por elas. Em matéria masculinas, as diferenças continuam, pois elas acham que os homens têm muito mais disfunções sexuais do que eles próprios referem.

Questionadas sobre a diminuição do desejo sexual no parceiro, elas referem-na em 50 por cento dos casos, mas só 15,5 por cento dos inquiridos assumiu esta redução da libido.

Sobre a prevalência de disfunção eréctil, as diferenças mantêm-se: 22 por cento delas identifica este problema nos homens, mas só 13 por cento dos inquiridos o assume.

A prevalência de alterações da ejaculação é de 45 por cento, na opinião das inquiridas, contra 13 por cento referida por eles.

Este estudo - que analisou dados referentes a 1.250 homens e 1250 mulheres - revelou ainda que 56 por cento das mulheres já sofreu problemas a nível sexual, como diminuição do desejo, da excitação ou lubrificação, de orgasmo ou desconforto na relação sexual.

" Diário Público"